Legio Uerborum
3 de maio de 2020
Eu já disse que no baile de máscaras, sou a Rainha Ilusão? Pois venho aqui confirmar
Passam-se os anos, já fez 24 da morte dos Mamonas e não é que os velhos hábitos morram devagar- eles simplesmente não mudam mesmo. A barata não anda sempre pelos cantos? Eu o faço também. Ando sempre pelos cantos da felicidade, vivendo por procuração, chorando o que não me cabe, amando pessoas que não existem.
Não existem?
Não existem e eu posso provar. Que espécie de pessoa eu sou, que espécie de sentimentos fantasmas podem existir saindo de uma pessoa quando há afeição por uma nuvem de perfume que existe cada vez menos na memória- e isso quando existe?
Vai continuar depois, porque os sentimentos de quarentena não acabam por aqui. Fodeu.
18 de março de 2020
No baile de máscaras, eu sou a Rainha Ilusão
20 de novembro de 2015
7 de junho de 2012
22 de setembro de 2011
Auto Nu
Eu te perdoo por querer ter sido egoísta quando na verdade tu nunca quiseste sê-lo. E te perdoo por acreditar piamente nisso de “olhos de ressaca” desde os dezesseis anos, como se já tivesses visto algo parecido durante tua até então breve vida. Por reiterar, com olhos sonhadores, que, sim, alguém tinha os olhos verdes mais misteriosos que já conheceras, tu não merecias o julgamento nem meu nem de ninguém menos gentil. Eu te perdoo pela panela ainda quente sobre a perna mas com a comida já fria, pelas lágrimas vertidas em dias difíceis e especialmente pelo modo como, quase inocentemente, tens teu próprio tempo, ainda que nunca tenhas conseguido de fato deter o poder da tua própria vida, sabendo que as piores amarras são as sutis e invisíveis.
Eu te perdoo principalmente por às vezes teres sonhos leves e doces com uma lembrança não tão doce assim, e por acordares sorrindo desses sonhos, mesmo com um certo perigo de seres descoberta em tua alegria. E te perdoo por amares (erradamente?) com posse, com força, com a emoção de alguém tão radical. Eu te perdoo pelas lingeries, pelos desejos secretos contidos nelas, e pelo sentimento de poder que isso te causa. E perdoo a crença cega em monogamia, mesmo que tu não saibas muito bem o que isso te acarretará na vida. Eu te perdoo, de olhos fechados, também pelos atos covardes cometidos no passado, bem como a vontade lá no fundo (ou seria lá no raso?) da tua alma de trangredir as normas. Eu perdoo também o que mais odeio em ti, e tu sabes bem o que é. Aprende a lidar bem com isso.
Eu te perdoo pela imaturidade. E, acima de tudo, eu te perdoo pelos poemas.
9 de setembro de 2011
19 de março de 2011
Ao som de Jean-Baptiste Maunier
Em momentos como esse
Tão nossos... tão únicos,
É que somos quem somos. Nem reis, nem poetas- seres humanos.
No trem da vida vão-se todos- até quem não quer.
E todos chegamos a um mesmo lugar;
A diferença é a viagem.