9 de setembro de 2011

Fechava os olhos com força
E dizia "Eu te perdoo, eu te perdoo, eu te perdoo".
E, no meio dos soluços de enjoo
As lágrimas caíam até fazer poça.

Fazia parte do mundo dos desesperados
Sem alternativa, fazia protestos mudos.
Com todo o esforço, era sempre a mesma, contudo;
A mudança se continha em gritos mal abafados.

Veio a compreensão, o olhar, o pranto
Daquele a quem o perdão era concedido.
Virou-se de lado, a face coberta de espanto
E de resquícios de um sentimento ressequido.

Então o espírito lânguido, febril de lamento
Que amargara um gosto vil escarrado
Fez da repulsa acolhimento-
E pleno de orgulho, vontade, desejo iluminado.

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