27 de agosto de 2010

Depois da meia-noite, quando a lua estava no alto do céu, eu pensava naquilo. Naquilo que me olhava com ternura de vez em quando. Naquilo que me segurava a cintura com força no momento certo, no lugar certo, durante o tempo certo. Naquilo que me tirava o sono e me fazia ter um brilho incontrolável nos olhos quando dos nossos encontros, noturnos ou diurnos, tanto fazia.
Eu olhava para o escuro do quarto, ali só na madrugada, e pensava "meu Deus, que sorte a minha. Até quando isso vai durar?", chorando, como sempre. Eu sempre chorava. Isso não só me irritava, como ainda me irrita. E muito. Eu ainda tinha aquela coisa adolescente de me doer o amor no peito, como outrora já doera, várias vezes.
O amor citado doía, doía, doía, de tão grande. Ruim? Nããão. Disse um autor famoso "Tão bom morrer de amor e continuar vivendo". É, né? Quem não morre de amor? Será que existe alguém?
Se existe, eu queria ser como essa pessoa. Juro.
Ou não. Eu morro todos os dias, me esgoto até o último suspiro a cada demonstração pura de afeto, e renasço novamente depois dela. Acho que, enquanto pessoa apaixonada, serei uma eterna fênix.
Vinha o sono, calmamente, e encolhia minhas pernas e fechava meus olhos. Lembrava de "Rouge et Blanc", texto lido em uma aula da faculdade.
Ô Aataenstic, mãe dos indianos, ajude-me a manter-me de pé, com ou sem o que me faz doer o peito.