20 de novembro de 2015

Eu te conheço desde antes de eu gostar da chuva
que caía quase sempre na hora exata
E não surpreendia a nós dois.

Eu te conheço desde os tempos de magreza,
dos tempos de pipoca, de amor platônico,
da inocência misturada à tristeza.

Eu te conheço desde o sol, escaldante,
até a lua errante
que rege as minhas cólicas
e as suas velas não mais acesas.

Eu te conheço desde o vale até o litoral,
do bem confortável até o doloroso mal,
desde os beijos inocentes até os gozos confusos.

Não somos mais os mesmos de outrora
e a roda da vida continua a girar.
Só as estrelas são as mesmas ─
as maiores continuam sendo planetas.

Eu te conheço desde a casa na praia
e os sonhos de liberdade:
eu te conheço desde o tempo que não existe.