"Ainda estou me procurando no oceano de seus olhos."
Isso me levou de volta àquela sexta-feira, em que ele deixou seus olhos marejados me molharem os ombros. A sexta-feira decisiva... A sexta-feira em que teve início a mudança da minha forma de observá-lo. Passei a olhá-lo com mais ternura perceptível- ela sempre esteve presente, mas a partir daí deixei-a transparecer, já perdendo um pouquinho do medo que me é característico.
Mudei a forma de observá-lo, como já disse, mas não por isso passei a compreender o que acontece. Ainda é um mistério- ainda é um enorme mistério- para meu coração entender as mensagens sensíveis que ele me envia. Não, ele não é indecifrável: o problema está comigo. Acho que falta sensibilidade e tato de minha parte. Falta parar para ouvir o coração, coisa que não faço já há um tempo considerável. Falta parar para analisar as entrelinhas de nossas conversas. Falta parar para interpretar o tempero daquela comida, aquela gargalhada que é solta de repente, aquela piada que só tem graça para um, aquele olhar terno lançado quando é a vez de meus olhos ficarem marejados...
Enfim, acho que cometo o mesmo erro de tempos atrás. Não me perdoo por ele, pois paguei um alto preço por tê-lo cometido, mesmo com a consciência de que a culpa não foi minha.
Mas desta vez vou me redimir. Navegarei, com sensibilidade e doçura, pelas vagas retirantes de seu inédito e misterioso mar...
Eu vou me encontrar tanto em seu oceano como em sua praia. Ah, vou.
Gostei muito desse texto! eu acho que ficou muito sentimental e expressivo! : )
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