18 de novembro de 2009

Paulo sabia demais

Paulo sabia demais. E isto não é um trocadilho com a piada do Pablo.
Quando cheguei à trágica conclusão de que Paulo sabia além do que devia, resolvi que não havia outro jeito. Então matei-o, com dó e piedade. A situação chegou ao ponto de não haver mais escolha: ou ele me assassinava ou eu dava cabo de sua vida.
Paulo era a minha esperança de redenção. Eu tinha por ele uma afeição especial, e ele percebera isso demasiadamente rápido. Enganou-me com aqueles olhos brilhantes e misteriosos e envolveu-me em uma teia de mentiras. Eu não tinha outra opção. Ele sabia demais. E isso me mataria mais cedo do que eu poderia imaginar.
Eu não me lembro exatamente como foi. Só sei que, quando percebi, estava com a adaga toda ensanguentada nas mãos. Paulo me lançava um último olhar de quem se vingaria, os olhos já sem brilho e sem vida.
Agora estou aqui, com seu corpo estirado em meu quarto, enquanto escrevo este texto. Estou apavorada. Não sei ainda como agir, mas não me arrependo do que acabei de fazer.
A culpa foi toda dele. Paulo sabia demais.

Um comentário:

  1. Gosto do seu estilo de escrita!
    esse texto dá medo!
    auheuaea

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