5 de outubro de 2009

Defenestração

Quero vomitar palavras magoadas,
dar um jeito nessa dor latente.
Tudo gira e gira em torno,
e o sono é ainda persistente.

Uma parte da angústia fora afogada
no mar, com toda aquela espuma apaixonante.
E a não-volta tão desejada
fora abafada pelo bom senso gritante.

Oh, bom senso! Como eu gostaria de não tê-lo!
Como eu queria transcender minha consciência!
Deixar de lado, expulsar de mim todo o resto,
tudo em que há vacilo e inocência!

E assim correr desnuda pelo caminho,
com os olhos cerrados, esbaforida,
para, sem medo, buscar o efêmero
retomando a utópica felicidade pertencida.

Um comentário:

  1. Esse é muito bom... adorei ele...

    Jairo Gonçalves (jairo_021@hotmail.com)

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